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quarta-feira, 18 de março de 2020

Guião de trabalho: O que é uma sociedade justa?


Filosofia
Trabalho de pesquisa e de preparação -- Guião

O presente guião substitui o enunciado anterior.
Peso: 2
Trabalho individual
O trabalho consiste num conjunto de duas tarefas cujo conteúdo deve estar interligado. Cada uma consiste numa composição escrita (ensaio ou relatório) de 300 a 350 palavras.
Prazos: entrega da primeira tarefa até 23 de março de 2020; entrega da segunda tarefa até 25 de março de 2020.
A quarentena obrigou-nos a reformular o plano de trabalho para o final do segundo período: o peso do trabalho foi alterado e passou a ser um trabalho individual. Ainda que os alunos investiguem em conjunto e que troquem ideias, a redacção dos seus trabalhos é individual.
Não serão aceites trabalhos com conteúdo e organização iguais ou praticamente iguais.
Não serão aceites plágios, ainda que parciais.
A comunicação será feita, preferencialmente, por e-mail (psousa@aepaa.pt). No caso de não conseguirem enviar ficheiros via e-mail, informem-me, para que possamos encontrar uma solução.

Enquadramento:
·         Cidadania e desenvolvimento;
·         Filosofia política: sensibilização para o problema da justiça social – John Rawls e os seus críticos.
·         Problemas do mundo contemporâneo.

Introdução: O tema de fundo deste trabalho é a discussão do que é a justiça social e da forma como esta pode ser alcançada e mantida. Procura-se dispor de informação e de exemplos concretos que facilitem a análise comparativa das teses de John Rawls (Uma teoria da justiça, 1972) e dos seus críticos sobre este problema.
A percepção de que a sociedade é justa ou injusta joga-se no equilíbrio entre (a) as expectativas do indivíduo de ver satisfeitos os direitos e regalias que considera legitimamente seus, (b) os direitos dos outros membros ou das instituições da sociedade (sendo que os direitos de uns são os deveres de outros) e (c) a percepção de que os deveres e direitos de cada um são distribuídos proporcionalmente ou respeitando as regras sociais.
Esse equilíbrio entre direitos, deveres e regras deve assentar no princípio da igualdade? Se sim, que espécie de igualdade deverá ser essa? Igualdade de rendimento? De direitos? De oportunidades? De poder?... Deverá, em vez disso, assentar nos princípios da liberdade e da independência individuais? Dependerá de regras cegas, ou de decisões prudenciais, baseadas no bom senso?
A distribuição e a articulação dos estatutos e papéis sociais são decisivas para a percepção da justiça social. Um papel social representa um conjunto de comportamentos que a sociedade legitimamente espera do indivíduo (+/- deveres). Um estatuto social designa o que um determinado indivíduo legitimamente espera da sociedade (+/- direitos). O conjunto dos papéis e estatutos de um indivíduo formam a sua identidade social, ou seja, o lugar que ocupa na sociedade e a forma como é reconhecido pelos outros e como se reconhece a si mesmo.
Ex.: um mesmo indivíduo pode ser filho, pai, doutor, desempregado e jornalista.
Q1.: Qual é o papel de um jornalista? Descreva os comportamentos esperados de um profissional desta área.[Substitua “jornalista” por “esposa” e por “marido”…]

Q2.: Qual é o estatuto social de um jornalista? Descreva os direitos e as prerrogativas (as decisões que pode tomar sozinho fora do âmbito da lei) de um profissional desta área.

A forma como são distribuídos os estatutos e papéis, os direitos e deveres, pode ser mais ou menos equilibrada, proporcional ou respeitadora da individualidade de cada um. O sentimento de injustiça social surge quando os indivíduos consideram que algum destes aspectos falhou.

A desigualdade de género é um exemplo claro dessa falha, quando não existe alguma justificação racional para a desigualdade de rendimentos entre os sexos, da distribuição de tarefas domésticas ou do poder de decisão dentro da família. Neste caso, um dos sexos tem um estatuto social injustificadamente melhor que o outro. A corrupção é outro exemplo claro, por gerar o favorecimento ilícito de uns em desfavor de outros. A corrupção ao nível do estado permite que determinados oligarcas e grupos de interesses influenciem a produção de leis e a tomada de decisões, obtendo grandes benefícios à custa dos interesses dos restantes cidadãos. A economia industrial e de consumo tem um profundo impacto no ambiente, incluindo em grandes sistemas terrestres como os oceanos e a atmosfera, ameaçando as oportunidades e, de um modo geral, as condições de vida das gerações que habitarão o planeta nas próximas décadas.

Procurar soluções para problemas como estes é dar passos no sentido do desenvolvimento, ou seja, da melhoria das condições de vida e de felicidade das populações, proporcionando os maiores benefícios, de forma imparcial e universal, ao maior número possível de pessoas. Alguns filósofos investigam e analisam as diferentes propostas de solução procurando encontrar alguma que seja sólida


Tarefa 1: Qual é o papel da comunicação social no desenvolvimento da sociedade?
Responda a esta questão analisando um dos seguintes temas:
·         Notícias falsas (Porque são perigosas para a sociedade? Como se detetam e denunciam? São uma forma de liberdade de imprensa? Liberdade de expressão...);
·         Agência de notícias LUSA: https://combatefakenews.lusa.pt/ultimas/

·         Redes sociais vs. Imprensa: qual delas é a melhor fonte de informação? (vantagens e desvantagens de cada uma;…);
·         Perigo dos grandes grupos editoriais: http://www.clubedeimprensa.pt/Artigo/1020

·         Imprensa livre e plural (vs. monopólios de informação, censura e perseguições);

·         O discurso do ódio nas redes sociais e na imprensa (vs. Censura, curadoria de conteúdos, liberdade de expressão).



Tarefa 2: Somos uma sociedade evoluída? (pode focar-se na sociedade local, regional, nacional ou mundial)
Responda à questão focando-se no objetivos do desenvolvimento n.ºs 5, 13 e 16 (?) e nos seguintes temas:
·         Igualdade de género;
·         Ação climática;
·         Transparência vs. corrupção e conflito de interesses.


Cada uma das tarefas deve ser respondida numa composição escrita de 300-350 palavras. Essa composição deve ter a seguinte estrutura:
1.       Exposição: um parágrafo para introduzir o tema e um problema que irá ser desenvolvido abaixo.
2.       Desenvolvimento: 3-5 parágrafos para:
a.       Aprofundar a exposição do problema;
b.      Relação entre o problema tratado e o conceito de justiça social.
c.       Apresentar a situação actual em relação a esse problema: factos, casos, números…
d.      Causas e consequências da situação.
3.       Propostas de soluções.
4.       Fontes/referências de informação, citações e imagens (a utilização de material não referenciado implica penalizações que podem chegar a -100% do trabalho apresentado).



quarta-feira, 9 de outubro de 2013

How to write an essay – a few suggestions



In an essay, a particular issue is analysed in a more or less personal way. It is intended to synthesise a study or a reflection on a particular theme or problem. A teacher expects that his/her student shows some more or less profound knowledge about that theme or problem. That is why essays tend to have some complexity and width.

The structure and the style of an essay may vary. There is a previously defined shape for a scientific essay, or asked for by some teacher, but essays may be written in many various ways. They may be arguments, and if so, may follow, or not, the classical arguments canon. They may be enquiries about a theme, the interpretation of a fact… All those and other options fit under the name “essay”.
In spite of all these possible forms, a student must begin by knowing the kind of essay his/her teacher expects and the degree to which originality and freedom should be taken.
In any case, when a teacher asks a student to write an essay, a paper  is expected showing that a certain problem or issue have been studied and thought about. An essay should always reflect that study, as much as possible — without overstressing that.
Once we choose our problem or a specific issue, some topics become more important than others. These others may be mentioned or lightly addressed, but that’s it. If one tries to talk about everything, that may be interpreted as a lack of analysing and synthesising skills. For instance, that the student has memorized ununderstood information. One has to know what to cut off.
A paper based in a personal work is recognized by an original selection of elements or by an original string of ideas, including personal observations, relations with other problems, texts or themes, questions produced from out of the classroom or from the texbooks. It is highly improbable to get two equal original essays in the same classroom.
…On the other hand, students who depend on textbooks, summaries and webpages tend to produce papers that seem copies from one another’s; and from others the same teacher has read from students of previous classes. There are more students than textbooks and relevant webpages.
In a second phase of the preparation of an essay, a plan of the analysed book / problem is needed and, if that is the case, notes about a certain historical period, concepts, relations, etc. After that, it is time to make questions and identify the great issues.
When this is accomplished, the worst part of the work is done. From there, we only have to follow the thread. A good preparing work enables us to pick the theme / problem from different points and to follow it in any direction.


Some advice to write an essay:

1. Preparation an study: that is a prime condition to deliver a personalized paper. Attention paid to details (that usually do not appear in on-line or printed summaries) impress any teacher. They indicate a student who has studied and really knows his/her bit.

2. Writing skills: writing should be a daily used skill. One hasn’t to be a literary genius, but should be able to write clear and well-articulated sentences, in a logical sequence that pursues a determined goal.
There are some elementary rules to obey: to write short and well-linked sentences; to justify every satement; to open a new paragraph when presenting a new argument or element, or when shifting to a new section of the text (ex., when shifting from introduction to argument analysis); to use simple vocabulary (unless your teacher is known to prefer flourished words… But we keep to us that expensive words and complicated sentences are often a means to disguise ignorance or to elude the ignorant); to avoid adjectives.

3. Definition of a theme or choosing a problem. An efficient way to deal with a theme or a problem is beginning by clearly formulating a problem in the form of a question. A question gives us an immediate starting point and a clear objective, which is the kind of question we intend to obtain. One must be careful to pick / write a question directly related to a certain work or theme on which the essay should be.

4. Draft and plan. A draft is a most important tool. In its most immediate and visceral version, a draft is used to take and organize notes, using the sheet to put up and register a mental plan, to organize an ideas sequence. Like said before, one may star by writing down a key question, from which may be derived other linked questions, and by identifying an objective.
The firs work plan you pull up may not work out. In that case, you should make another. If there is no time, keep with the plan you have: when lacking inspiration, a plan will give your work some framing, which is better than writing an incoherent text. Though this may seem odd, experience tech us that the solution given to us by a feeble plan is better than no solution at all. The result may not be as good as you wish, but it has a chance to be a sufficiently good result.

5. Personalization. Some who has studied some book or problem for him/herself can’t help give a personalized account. We should keep in mind that the essay’s author always has some freedom to be creative and original. Sometimes, the themes and problems issued by teachers are intently vague, in order stimulate creativity. Students hate the stress of a vague problem. On the other way, thicker problems produce sharper minds. Blunter students don’t deal well with these vague problems. To prevent this bluntness, it is advisable to be well prepared, including by having a number of previously identified specific problems and prepared opinions and arguments – to be used with moderation. If the teacher expects a standard answer, don’t produce your original opinion before the standard one.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Falácias para estudo

http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/

1. Ad misericordiam (apelo à misericórdia): é uma forma de argumento baseada em sentimentos e emoções, nomeadamente uma que procura produzir um sentimento de compaixão para, a partir dele, levar o público a assumir uma determinada posição. Exemplos: 1) "Mãe, fiquei traumatizado porque chumbei o ano. Para me consolares devias oferecer-me uma mota"; 2) "Bhima era um menino indiano que morreu de fome porque a globalização pôs o seu pai no desemprego"

2. Ad hominem, ou ataque à pessoa: consiste em atacar o interlocutor, podendo este ataque ser feito de várias maneiras: ridicularizando a pessoa, denegrindo-a, supondo a sua incompetência ou supondo a falta de idoneidade moral. Note-se que o ataque é feito contra o argumentador, não contra o argumento. Exemplos: 1) "O Dr. Smith é um conhecido fundamentalista bíblico, pelo que as suas objecções relativas à teoria da evolução não precisam de ser tomadas a sério" (Carl Sagan); 2) "Heidegger pertenceu ao partido nazi, Aristóteles era alcoólico e Sócrates desprezava a sua família, pelo que as suas teorias morais não têm valor".

3. Falso dilema: É um raciocínio dedutivo que tem como principal premissa uma falsa dicotomia ou meio excluído (uma proposição que "considera apenas os dois extremos de uma série de possibilidades intermédias”, como escreveu C. Sagan: "Quem não está comigo está contra mim" ou "Ou te casas com ela, ou morrerás"). Esta apresentada a necessidade de escolher entre dois casos que são falsamente apresentados como as únicas opções possíveis. Exemplo: "Ou poupas papel, ou és contra a natureza. Se poupas, então aceitas consumir eletricidade produzida a partir de carvão. Se és contra a natureza, aceitas a monocultura de eucalipto. Logo, ou aceitas queimar carvão ou aceitas a monocultura do eucalipto.
4. Post hoc, propter hoc: (=Se vem na sequência disso, é provocado por isso) Por um facto acontecer a seguir a outro, infere-se que foi causado por este. Exemplos: 1) "Depois de terem ido á Lua o tempo nunca mais foi o mesmo"; 2) "Antes de as mulheres poderem votar não havia armas nucleares" (Pode confundir-se com a de non sequitur — “não decorre de…”: Ex. “Vencemos pq deus é grande!”)

5. Petição de princípio, ou argumento circular: "consiste em pretender provar uma conclusão, tendo, como premissa, a própria conclusão". Chama-se petição de princípio porque as suas premissas não se apoiam numa prova ou numa outra premissa independente. 1) “José queria comprar um carro novo. Alegava que desde que deixara de fazer caminhadas se sentia demasiado fatigado e obrigava-o a deslocar-se de carro, mesmo quando ia ao supermercado do bairro”; 2) “Se um objeto é valioso, então é procurado no mercado. Ora, os compradores são exigentes: só procuram objetos interessantes. Interessam-se, especialmente, pelos objetos mais valiosos.”

6. Apelo à força: assenta na apresentação de ameaças explícitas ou veladas. Podemos vê-lo também coo uma antecipação da derrota do adversário, levando-o a desistir a meio do processo argumentativo: Ex.: 1) "Não merece a pena referendar o aborto porque os cristãos vão unir-se e votar em força contra a proposta"; 2) "Se não me dás a minha borracha vou chamar a professora!"

7. Apelo à ignorância: Da ausência de provas em contrário infere-se um determinada conclusão: “Não se provou conclusivamente a hipótese de Darwin. Logo, os criacionistas têm razão”. 

8. Derrapagem ou bola de neve ou plano inclinado: Produz-se uma sucessão de inferências encadeadas umas nas outras. Cada nova inferência é cada vez menos provável. Ex: “Se ficares em casa por estares doente, os contribuintes terão de pagar a tua ida ao médico e o subsídio de doença. Dessa forma, os cofres do estado ficarão mais pobres e, consequentemente, terão de subir os impostos. Isso provocará tumultos que acabarão por levar a uma guerra civil… Arriscas-te a começar a 3ª guerra mundial!”

9. Homem de palha: Trata-se de uma distorção ou má interpretação [intencional] da tese ou dos argumentos do adversário. “Caricatura uma posição para tornar mais fácil o ataque (por exemplo, "Os cientistas imaginam que as coisas vivas se limitaram a aparecer por acaso" — uma formulação que propositadamente ignora a ideia central darwiniana, ou seja, que a natureza evolui progressivamente poupando o que funciona e eliminando o que não funciona. Ou - isto é também uma falácia curto prazo/longo prazo — "Os ambientalistas preocupam-se mais com caracóis e mochos do que com as pessoas")” (Carl Sagan).
Outro ex.: "Quando o Dr. Fernando Pádua nos diz que o sal faz mal à saúde, deve estar a querer que se deixe de por sal na comida!"

10. Apelo a uma autoridade: Uma autoridade é alguém especialista num assunto. Invocar uma autoridade sem apresentar as ideias ou factos que a tornam pertinente não serve como prova. Por outro lado, se apresentarmos essas ideias ou factos não precisamos da autoridade, a não ser para aproveitarmos o seu prestígio a nosso favor. Nenhuma autoridade nos isenta do dever de analisar criticamente uma teoria, uma hipótese ou mesmo um facto.

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Falácia - Definição

Licença Creative Commons
O trabalho Falácia - definição de Paulo Sousa está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.
Baseado no trabalho disponível em https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=7214571944541370405#editor/target=post;postID=4437009338059365839;onPublishedMenu=posts;onClosedMenu=posts;postNum=17;src=postname.
 Este post será revisto e aumentado em breve.

Um argumento é falacioso quando parece que as razões apresentadas sustentam a conclusão, mas na realidade, mas na realidade não sustentam”.


Na lógica e na retórica, uma falácia é um argumento logicamente inconsistente, sem fundamento, inválido ou falho na capacidade de provar eficazmente o que alega. Argumentos que se destinam à persuasão podem parecer convincentes para grande parte do público apesar de conterem falácias, mas não deixam de ser falsos por causa disso.
Os argumentos falaciosos podem ter valor emocional, íntimo, psicológico, mas não validade lógica. É importante conhecer os tipos de falácia para evitar armadilhas lógicas na própria argumentação e para analisar a argumentação alheia.”

A noção de falácia é difícil, por ser ambígua: existem diferentes tipos de falácias (formais e informais), cada um dos quais com um ou mais critérios diferentes. Assim, não podemos apresentar uma definição que seja, ao mesmo tempo, simples e suficientemente abrangente.

As falácias são argumentos ou raciocínios que aparentam sustentar a conclusão, mas que não o fazem. Estes argumentos/raciocínios são falaciosos porque...
  • aparentam ser válidos/dedutivos sem o ser (ex., f. da afirmação do consequente);
  • inferem uma conclusão incorrecta (ex: falácias da negação da condicional)
  • são argumentos indutivos sem nexo considerado suficiente para justificar a premissa (ex.:, generalização apressada).
  • não têm premissas verdadeiras (ex., falso dilema)
  • omite informações relevantes (ex., falso dilema, ...)
  • distorce informações (ex., homem de palha)
  • manipula o público (argumentos baseados em emoções, falácia ad hominem)

A partir desta lista podemos verificar que os critérios de classificação das falácias não são simples, o que faz com que um argumento possa ser considerado uma falácia segundo um critério e uma não falácia segundo um outro critério.
Por exemplo, se a validade for um critério, os argumentos indutivos serão considerados falácias, o que parece ser um conclusão precipitada, uma vez que deixaria de fora todas as teorias científicas. Por outro lado, se tivermos em conta a verdade das premissas, um falso dilema será uma falácia, apesar de ser um argumento dedutivo (válido). Desta forma, a classificação de um argumento como falácia daquilo que dela esperamos: se quisermos utilizar um dilema como exemplo de uma forma dedutiva/válida, vê-lo-emos como tal; mas se partirmos de uma premissa falsa do tipo “ou és do Benfica, ou és mau chefe de família”, então teremos uma falácia.

Outra dificuldade da definição de falácia, comum aos diferentes textos que lemos, é introduzida pela utilização do verbo aparentar: este acrescenta um elemento subjectivo que não pode ser medido com precisão e que introduz uma nova ambiguidade: se uma determinada forma é para mim um erro óbvio, não a verei como falácia; mas se for para mim uma forma enganadora, já passará por falácia...

AAVV - Enciclopédia de termos logico-filosóficos, Lx, Gradiva 2002
http://pt.wikipedia.org/wiki/Fal%C3%A1cia (veja neste site uma lista de falácias)